As vestes e as cores litúrgicas

Os paramentos utilizados pelo sacerdote durante a celebração da Santa Missa pretendem ilustrar o que significa "revestir-se de Cristo", falar e agir "in persona Christi".
DIAC MAURO SERGIO.jpgDiác. Mauro Sérgio da Silva Isabel, EP
É natural que cada sociedade ou conjunto humano procure encontrar uma forma de vestir-se que de algum modo o defina e diferencie. Pensemos, por exemplo, nos trajes típicos das diversas regiões europeias, cuja variedade até hoje nos surpreende. Lembremos também os vestuários de certas profissões, como a toga do magistrado, ou o gorro do cozinheiro, um "trambolho" pouco prático que, entretanto, caracteriza perfeitamente quem com ele se cobre.

As roupas têm, pois, uma dimensão simbólica que ultrapassa sua mera utilidade prática. Mais do que cobrir e proteger o corpo, elas revelam a situação, o estilo e a mentalidade de quem as veste.

Assim, o branco do vestido nupcial representa a virgindade da donzela, e a riqueza dos seus adereços visa realçar a importância do compromisso matrimonial, abençoado por Deus com um Sacramento. O saial e o tosco cordão do franciscano lembram seu
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Amicto
casamento místico com a "Dama Pobreza", enquanto o vermelho vivo da batina cardinalícia indica aalta dignidade do membro do Sacro Colégio e evoca seu propósito de, se for necessário, derramar seu próprio sangue pelo Sumo Pontífice.

Os paramentos sacerdotais: "Revestir-se de Cristo"
Este simbolismo que podemos apreciar na vida cotidiana, verifica- -se com muito maior intensidade nas vestes litúrgicas, especialmente nas da Celebração Eucarística.

Ao ser ordenado, o sacerdote reveste- se de Cristo, e esse fato é representado em cada Santa Missa. Conforme ressaltou Bento XVI na Missa Crismal de 5 de abril de 2007, vestir os paramentos litúrgicos é entrar sempre de novo "naquele ‘já não sou eu' do Batismo que a Ordenação sacerdotal nos dá de modo novo e ao mesmo tempo nos pede. O fato de estarmos no altar, vestidos com os paramentos litúrgicos, deve tornar claramente visível aos presentes e a nós próprios que estamos ali ‘na pessoa do Outro'".
Depois de afirmar que as vestes sacerdotais são uma profunda expressão simbólica do que significa o sacerdócio, o Papa acrescentou: "Portanto, queridos irmãos, gostaria de explicar nesta Quinta-Feira Santa a essência do ministério sacerdotal, interpretando os paramentos litúrgicos que, precisamente, pretendem ilustrar o que significa ‘revestir-se de Cristo', falar e agir in persona Christi".
Através das explicações do Papa, procuremos conhecer melhor cada um dos paramentos utilizados pelo sacerdote durante a Missa.

O olhar do coração deve dirigir-se ao Senhor
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Alva
O olhar do coração deve dirigir-se ao SenhorApós lavar as mãos, pedindo a Deus para "limpá-las de toda mancha", o sacerdote coloca o amicto ao redor do pescoço e sobre os ombros, rezando: "Imponde, ó Senhor, sobre minha cabeça o elmo da salvação, para defender-me de todos os assaltos do demônio".
O nome deste paramento provém do latim amictus (cobertura, véu) e sua origem remonta ao século VIII. Sobre seu simbolismo, afirma Bento XVI na mencionada homilia: "No passado - e nas ordens monásticas ainda hoje - ele era colocado primeiro sobre a cabeça, como uma espécie de capuz, tornando-se assim um símbolo da disciplina dos sentidos e do pensamento, necessária para uma justa celebração da Santa Missa".
Logo a seguir, o Papa dá exemplos concretos dessa "disciplina dos pensamentos e sentidos" que o sacerdote deve manter durante a celebração do Santo Sacrifício: "Os pensamentos não devem vaguear atrás das preocupações e das expectativas da vida cotidiana; os sentidos não devem ser atraídos pelo que ali, no interior da Igreja, casualmente os olhos e os ouvidos gostariam de captar. O meu coração deve abrir-se docilmente à palavra de Deus e estar recolhido na oração da Igreja, para que o meu pensamento receba a sua orientação das palavras do anúncio e da oração. E o olhar do meu coração deve estar dirigido para o Senhor que está no meio de nós".
A alva: lembrança da veste de luz recebida no Batismo
Durante os primeiros séculos do Cristianismo, o vestuário dos eclesiásticos era idêntico ao dos leigos. Em plena perseguição religiosa, a prudência os aconselhava a evitar qualquer sinal que denunciasse aos agentes do governo seu "delito" de pertencer à Igreja e adorar o único Deus verdadeiro, infração punida com a morte naquela época.

No século VI, entretanto, deu-se no vestuário dos leigos uma transformação completa. Enquanto os romanos, influenciados pelos bárbaros que invadiram o Império, adotaram a veste curta dos germanos, a Igreja manteve o uso latino das longas vestimentas, as quais tornaram-se o traje distintivo dos clérigos e pouco a pouco ficaram reservadas para as ações sagradas.

Daí provém, entre outras, a alva, uma túnica talar branca. Ela é a veste litúrgica própria do sacerdote e do diácono, mas podem
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Estola
trajá-la também os ministros inferiores, quando devidamente autorizados pela autoridade eclesiástica. Ao revestir-se dela, o sacerdote reza: "Purificai-me, ó Senhor, e limpai meu coração para que, purificado pelo sangue do Cordeiro, possa eu gozar da felicidade eterna".
Essa oração alude à passagem do Apocalipse: os 144 mil eleitos "lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro" (Ap 7, 14). Evoca também o vestido festivo que o pai deu ao filho pródigo, quando este voltou sujo e andrajoso à casa paterna, bem como a veste de luz recebida no Batismo e renovada na Ordenação sacerdotal.

Na mencionada homilia, o Papa explica a necessidade de pedir a Deus essa purificação: "Quando nos aproximamos da Liturgia para agir na pessoa de Cristo, todos nos apercebemos de quanto estamos longe dEle, de quanta sujeira existe em nossa vida".
O cíngulo da pureza e a estola da autoridade espiritual
Revestido da alva, o sacerdote cinge- se com o cíngulo, um cordão branco ou da cor dos paramentos, símbolo da castidade e da luta contra as paixões desregradas. Enquanto o prende à cintura, o ministro de Deus eleva a Ele esta prece: "Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza e extingui meus desejos carnais, para que permaneçam em mim a continência e a castidade".
Em seguida, reveste-se da estola, uma faixa do mesmo tecido e da mesma cor da casula, adornada de três cruzes: uma no meio e as outras duas nas extremidades. Ela simboliza a autoridade espiritual do sacerdote e, de outro lado, o jugo do Senhor, que ele deve levar com coragem, e pelo qual há de recuperar a imortalidade. O padre a coloca em torno do pescoço, depois a cruza sobre o peito e passa por baixo do cíngulo, enquanto reza: "Restaurai em mim, Senhor, a estola da imortalidade, que perdi pela desobediência de meus primeiros pais, e, indigno como sou de aproximar-me de vossos sagrados mistérios, possa eu alcançar o gozo eterno".
O jugo do Senhor, simbolizado pela casula
Por último, coloca a casula, que completa a indumentária própria à celebração da Santa Missa. A oração para vesti-la também faz referência ao jugo do Senhor, mas lembrando o quanto este é leve e suave para quem o carrega com dignidade: "Ó Senhor, Vós que dissestes: ‘Meu jugo é suave e Meu peso é leve', fazei que eu seja capaz de levar esta vestimenta dignamente, para alcançar a Vossa graça".
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Cíngulo
Ensina-nos, a este propósito, o Santo Padre: "Carregar o jugo do Senhor significa, antes de tudo, aprender dEle. Estar sempre dispostos a ir à Sua escola. DEle devemos aprender a mansidão e a humildade, a humildade de Deus que se mostra no Seu ser homem. [...] O Seu jugo é o de amar com Ele. Quanto mais amarmos, e com Ele nos tornarmos pessoas que amam, tanto mais leve se tornará para nós o Seu jugo aparentemente pesado".
As cores litúrgicas
Tudo na Liturgia da Igreja é rico em simbolismos. Isto se nota também nas cores dos paramentos sagrados, as quais variam de acordo com o tempo litúrgico e as comemorações de Nosso Senhor, da Virgem Maria ou dos Santos. Basicamente, são quatro as cores litúrgicas: branco, vermelho, verde e roxo. Além destas, há quatro outras que são opcionais, isto é, podem ser usadas em circunstâncias especiais: dourado, rosa, azul e preto.

O branco simboliza a pureza e é usado nos tempos do Natal e da Páscoa, bem como nas comemorações de Nosso Senhor Jesus Cristo (exceto as da Paixão), da Virgem Maria, dos Anjos e dos Santos não-mártires.

O vermelho, símbolo do fogo da caridade, usa-se nas celebrações da Paixão do Senhor, no domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas, e nas celebrações dos Santos Mártires.
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 Branco: Tempos de Natal e Páscoa - Vermelho: Paixão do Senhor, festa dos
Apóstolos e memória dos mártires - Verde: Tempo Comum

O verde, sinal de esperança, é usado na maior parte do ano, no período denominado Tempo Comum .

Para os tempos do Advento e da Quaresma, a Igreja reservou o roxo, a cor da penitência. E estabeleceu duas exceções, que correspondem a dois interstícios de alegria em épocas de contrição: no 3º domingo do Advento e no 4º domingo da Quaresma, o celebrante pode trajar paramentos rosa.

Em circunstâncias solenes, podese optar pelo dourado em lugar do branco, do vermelho ou do verde. Em alguns países é permitido utilizar o azul, nas celebrações em honra de Nossa Senhora. E nas Missas pelos fiéis defuntos o celebrante pode escolher entre o roxo e o preto.

Revestido assim, de acordo com as sábias determinações da Santa Igreja, o sacerdote sobe ao altar para o Sagrado Banquete, tornando claro a todos, e a si mesmo, que está atuando na pessoa de Outro, ou seja, de Nosso Senhor Jesus Cristo. (Revista Arautos do Evangelho, Abril/2009, n. 88, p. 48 à 51)
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Rosa: Domingos de Gaudete (Advento) e Laetare (Quaresma)
Roxo: Tempos de Quaresma e Advento - Dourado: Substitui o branco,
o vermelho ou o verde nas circunstâncias solenes


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Viva a Nossa Senhora Aparecida.













No dia 12 de outubro, comemoram-se três datas, embora poucos lembrem-se de
todas elas: Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil, o Dia das Crianças e o Descobrimento da América. Nosso feriado nacional, no entanto, deve-se somente à primeira data, e, embora a devoção à santa remonte aos idos do século XVIII, só foi decretado em 1980.
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma.
Segundo estas fontes, em 1717 os pescadores Domingos Martins García, João Alves e Filipe Pedroso pescavam no rio Paraíba, na época chamado de rio Itaguaçu. Ou melhor, tentavam pescar, pois toda vez que jogavam a rede, ela voltava vazia, até que lhes trouxe a imagem de uma santa, sem a cabeça. Jogando a rede uma vez mais, um pouco abaixo do ponto onde haviam pescado a santa, pescaram, desta vez, a cabeça que faltava à imagem e as redes, até então vazias, passaram a voltar ao barco repletas de peixes. Esse é considerado o primeiro milagre da santa. Eles limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura.
Durante os próximos 15 anos, a imagem permaneceu com a família de Felipe
Pedroso, um dos pescadores, e passou a ser alvo das orações de toda a comunidade. A devoção cresceu à medida que a fama dos milagres realizados pela santa se espalhava. A família construiu um oratório, que, logo constatou-se, era pequeno para abrigar os fiéis que chegavam em número cada vez maior. Em meados de 1734, o vigário de Guaratinguetá mandou construir uma capela no alto do Morro dos Coqueiros para abrigar a imagem da santa e receber seus fiéis. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome.

Em 1834 iniciou-se a construção da igreja que hoje é conhecida como Basílica Velha. Em 06 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e deixou para a santa uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com o manto azul. Em 8 de setembro de 1904 foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, em 1930, o papa Pio XI decreta-a padroeira do Brasil, declaração esta reafirmada, em 1931, pelo presidente Getúlio Vargas.
A construção da atual Basílica iniciou-se em 1946, com projeto assinado pelo
Engenheiro Benedito Calixto de Jesus. A inauguração aconteceu em 1967, por oca
sião da comemoração do 250.º Aniversário do encontro milagroso da imagem,
ainda com o templo inacabado. O Papa Paulo VI ofertou à santa uma rosa de ouro, símbolo de amor e confiança pelas inúmeras bênçãos e graças por ela concedidas. A partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano devido ao crescente número de romarias. O majestoso templo foi consagrado pelo Papa, após mais de vinte e cinco anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, na primeira visita de João Paulo II ao Brasil.

A data comemorativa à Nossa Senhora Aparecida (aniversário do aparecimento
da imagem no Rio) foi fixada pela Santa Sé em 1954, como sendo 12 de outubro, embora as informações sobre tal data sejam controversas. É nesta época do ano que a Basílica registra a presença de uma multidão incontável de fiéis, embora eles marquem presença notável durante todo ano.

A imagem encontrada e até hoje reverenciada é de terracota e mede 40 cm de
altura. A cor original foi certamente afetada pelo tempo em que a imagem esteve mergulhada na água do rio, bem como pela fumaça das velas e dos candeeiros que durante tantos anos foram os símbolos da devoção dos fiéis à santa. Em 1978, após o atentado que a reduziu a quase 200 pedaços, ela foi reconstituída pela artista plástica Maria Helena Chartuni, na época, restauradora do Museu de Arte de São Paulo. Peritos afirmam que ela foi moldada com argila da região, pelo monge beneditino Frei Agostinho de Jesus, embora esta autoria seja de difícil comprovação.

Seja qual for a autoria da imagem ou a história de sua origem, a esta altura ela pouco importa, pois as graças alcançadas por seu intermédio têm trazido esperança e alento a um sem número de pessoas. Se quiser saber mais detalhes sobre a Basílica e sua programação, visite o site www.santuarionacional.com.br, no qual também é possível acender uma vela virtual. E já que a fé, assim como a internet, não conhece fronteiras, eu já acendi a minha, por um mais paz e igualdade no mundo. Acenda a sua e que
Nossa Senhora Aparecida nos ouça e ilumine o mundo, que está precisando tanto de cuidados.

Além da farta pescaria, muitos outros milagres são atribuídos à Nossa Senhora Aparecida. Veja alguns abaixo:
A libertação do escravo Zacarias
O escravo Zacarias havia fugido de uma fazenda no Paraná e acabou sendo
capturado no Vale do Paraíba. Foi caçado e capturado por um famoso capitão
do mato e, ao ser levado de volta, preso por correntes nos pulsos e nos pés,
e como passassem perto da capela da Santa, pediu permissão para rezar diante
da imagem. Rezou com tanta devoção que as correntes milagrosamente se
romperam, deixando-o livre. Diante do ocorrido, seu senhor acabou por
libertá-lo.

O cavaleiro ateu
Um cavaleiro que passava por Aparecida, vendo a fé dos romeiros, zombou
deles e tentou entrar na igreja a cavalo para destruir a imagem da santa. Na
tentativa, as patas do cavalo ficaram presas na escadaria da igreja. Até
hoje pode-se ver a marca de uma das ferraduras em uma pedra, na sala dos
milagres da Basílica Nova.

A cura da menina cega
Uma menina cega, ao aproximar-se, com a mãe, da Basílica, olhou em direção a
ela e, de repente, exclamou "Mãe, como aquela igreja é bonita." Estava
enxergando, perfeitamente curada.

NILTON

O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Romanos 6:23


TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA

TERESA DE CEPEDA Y AHUMADA
Teresa de Cepeda y de Ahumada (nasceu em Ávila em 1515) guiada por Deus por meio de colóquios místicos e por seu colaborador e conselheiro espiritual são João da Cruz (reformador da parte masculina da ordem carmelita, empreendeu aos quarenta anos uma missão que tem algo de incrível para uma mulher de saúde delicada como a sua: do mosteiro de são José, fora dos muros de Ávila, primeiro convento do Carmelo por ela reformado, partiu, carregada pelos tesouros do seu Castelo Interior, para todas as direções da Espanha.